O próprio termo Cibercultura tem vários sentidos. Mas se pode entender por Cibercultura
a forma sociocultural que advém de uma relação de trocas entre a
sociedade, a cultura e as novas tecnologias de base micro-eletrônicas
surgidas na década de 70, graças à convergência das telecomunicações com
a informática. A cibercultura é um termo utilizado na definição
dos agenciamentos sociais das comunidades no espaço eletrônico virtual.
Estas comunidades estão ampliando e popularizando a utilização da Internet
e outras tecnologias de comunicação, possibilitando assim maior
aproximação entre as pessoas de todo o mundo. Este termo se relaciona
diretamente com à dinâmica Política,
Antropo-social, Econômica e Filosófica dos indivíduos conectados em
rede, bem como a tentativa de englobar os desdobramentos que este
comportamento requisita.[1][2]
A Cibercultura não deve ser entendida como uma cultura
pilotada pela tecnologia. Na verdade, o que há na era da cibercultura é o
estabelecimento de uma relação íntima entre as novas formas sociais
surgidas na década de 60 (a sociedade pós-moderna)e as novas tecnologias
digitais. Ou seja, a Cibercultura é a cultura contemporânea fortemente marcada pelas tecnologias digitais. Ela é o que se vive hoje. Home banking, cartões inteligentes, voto eletrônico, pages, palms,
imposto de renda via rede, inscrições via internet, etc. provam que a
Cibercultura está presente na vida cotidiana de cada indivíduo.
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História
A Cibercultura surgiu da relação entre a tecnologia e a
modernidade, sendo que esta última se caracterizou pela dominação da
natureza e do ser-humano. Na Cibercultura também há uma busca
pela dominação, mas se trata de dominar no sentido de manipular para
conhecer e transformar. O que se deseja transformar é o mundo: em dados
binários para futura manipulação humana. Provas disso são: a
interatividade (internet, celular) cada dia mais acessível para grande
número de indivíduos, simulações diversas, genoma humano, engenharia
genética, etc. Foi a partir da década de 60 que o desenvolvimento
tecnológico tomou os rumos que o trouxe para a Cibercultura, devido ao
surgimento de novas formas de sociabilidade. Dessa forma, foram criadas
relações inusitadas entre as tecnologias de informação e comunicação e o
homem. No que se refere à Comunicação o papel das tecnologias
foi de liberar os indivíduos das limitações de espaço e tempo. Afinal,
apenas com um clique se pode navegar e conhecer lugares, assuntos e etc.
que não poderiam ser vistos ou conhecidos por inúmeras pessoas se não
estivessem disponíveis via instrumentos da Cibercultura, como o
computador, internet, celulares e etc. Dessa forma, pode-se dizer que a Cibercultura
se caracteriza também, e fundamentalmente, pela apropriação
social-midiática (micro-informática, internet e as atuais práticas
sociais) da técnica. André Lemos, professor da Universidade Federal da
Bahia e um dos principais teóricos do tema no Brasil, afirma que a
cibercultura nasce nos anos 50, com a informática e a cibernética,
tornando-se popular através dos microcomputadores na década de 70,
consolidando-se completamente nos anos 80 através da informática de
massa e nos 90 com o surgimento das tecnologias digitais e a
popularização da Internet.
Comunicação mais flexível
A Cibercultura provém de um espaço de comunicação mais flexível que o produzido nas mídias convencionais TV, Rádio, Jornal.
Nas mídias convencionais o sistema hierárquico de produção e
distribuição da informação seguem um modelo pouco flexível baseado no
modelo um-todos, no qual apenas um ou poucos indivíduos são os
responsáveis por mandar informações para uma quantidade maior de
pessoas. Já no ciberespaço a relação com o outro se desdobra no contexto
do todos-todos, onde, a priori, todos podem emitir e receber
informações de qualquer lugar do planeta, seja essa informação escrita,
imagética, ou sonora. Isso, claro , faz com que a Cibercultura
seja uma era singular na história da humanidade, afinal, esta nova
dinâmica instaurada por ela é inédita. A cooperação torna-se um dos
pontos chave da cibercultura, podendo ser visualizada através do
compartilhamento de arquivos, músicas, fotos, filmes, softwares de
relacionamento e comunidades virtuais. Na Cibercultura parece haver uma conexão generalizada. Uma das mais importantes características dessa generalização da conexão é liberação do pólo da emissão.
Depois de séculos vendo os meios de expressão e comunicação sendo
controlados por uns poucos, os indivíduos se entusiasmam com a
possibilidade de eles mesmos poderem produzir e veicular informação:
surgem, então, inúmeros chats, fóruns, e-mails, listas, blogs, páginas
pessoais, etc. Esse fenômeno marcado pelo contexto todos-todos deve
muito às transformações ocorridas no Computador que, ao ter seu
tamanho reduzido, pôde se transformar em computador pessoal e ter seu
uso ampliado à população. Mais recentemente, com a 'revolução' Wi-Fi
a comunicação está ainda mais móvel e isso, claro, trará consequências
tanto para as novas formas de relação social, quanto para o
entretenimento, trabalho, lazer, educação, etc. A impressão que se tem
na Cibercultura é que tudo está em rede e a rede está em todos os
lugares; é cada vez mais móvel. As novas tecnologias digitais, sem
dúvida, aumentam a mobilidade.
Trata-se não apenas de um fenômeno tecnológico, mas de um processo
que envolve além de tecnologia, alterações nas dinâmicas
sócio-comunicacionais. De acordo com André Lemos, a cibercultura resgata
manifestações culturais baseadas em trocas e influências mútuas, o que
no contexto informático ele irá chamar de cultura copyleft.
A Arte Eletrônica
A partir dos anos 80, alguns artistas contemporâneos começaram a se
interessar e ampliar formas de artes já conhecidas e praticadas em menor
número por artistas vanguardistas da década de 60/70, acrescentando a
elas características só possíveis devido às novas possibilidades
tecnológicas advindas das redes telemáticas, a citar: a ascii arte, a
música eletrônica, o e-mail arte, a body arte, a webarte e várias outras
formas artísticas surgidas com a micro-eletrônica. A principal
característica da arte eletrônica é ser uma arte aberta e interativa, e
criada com a utilização das novas tecnologias, como os computadores e as
redes de comunicação (TV e satélites). Nessa arte não há uma
delimitação entre autor e público. Na verdade, o público é convidado a
interagir e a se tornar também artista. E vice-versa. A arte abusa da
interatividade, das colagens de informações, das possibilidades
hipertextuais, da não linearidade do discurso, dos processos fractais e
complexos, etc. Essa arte reivindica a idéia de rede, de conexão.
Pode-se falar, então, em uma arte da comunicação eletrônica. Não se
deseja mais uma arte em que o público pare em frente dela para somente
observar. O maior objetivo da arte cibernética não é a
audição/exposição, mas a navegação, a interatividade e a simulação.
Cibercidades
As cidades já estão há muito marcadas pelas tecnologias digitais:
celulares, tablets, televisão por cabo e satélite, internet de banda
larga e wireless, intenet móvel de alta velocidade(3G e LTE), cartões
inteligentes, etc. O que equivale a dizer que já se vive nas Cibercidades ou Cidades digitais, como preferem alguns autores.[3]
O lugar físico não é mais tão importante quanto o foi há décadas atrás.
Tem-se o tele-trabalho, o tele-estudo, a tele-medicina. O deslocamento
físico muitas vezes não se faz mais necessário. O tempo é economizado e
ainda assim é tido como insuficiente. Mas a possibilidade de conhecer
lugares virtualmente em vez de satisfazer a curiosidade, aumenta a
necessidade do indivíduo de conhecer fisicamente o ambiente visitado via
internet. Dessa forma, o espaço de fluxos planetários de informações
instaurados pela Cibercultura leva a uma problematização do espaço de
lugar nas cidades atuais. Na tentativa de articular esses dois espaços, o
físico e o virtual, foram criados diversos projetos, dando a essas
cidades articuladas o nome genérico de cibercidades. Esses projetos
pretendem aproveitar o enorme potencial da tecnologias de informação e
comunicação para aumentar o interesse das pessoas pelos espaços
concretos das cidades, reaquecer o espaço público, criar novos vínculos
comunitários, tornar a participação políticas dessas pessoas mais
dinâmica e, claro, ajudar os indivíduos a se familiarizarem com essas
novas tecnologias.
Husi: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cibercultura
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